sábado, 31 de agosto de 2013

"Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada"



"Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada". Não há nada mais desalentador que ver algo cuja solução não temos domínio. Mas também, não há pior sentimento do que desistir  antes de tentar uma saída. As eleições do conselho comunitário do bairro deveriam servir para despertar o ânimo à participação dos sujeitos na concepção do que é comum e que diz respeito a todos. Do que foi dito e do que vimos resta uma certeza de que sempre teremos o ranço secular de na política, assim como na casa grande, a medida da força pelo poder que esmaga e cala a maioria, aqueles cujos direitos são e não são ao mesmo tempo seus, pois que não podem ou não sabem escapar ao seu indulto. Candidatos que não veem nada para além de suas próprias garantias e possibilidades de aquisições pessoais, individuais. O discurso cheio de promessas vãs; além de vãs incapazes de tocar algum sentimento libertador. Tudo fica na ordem dos favores e na maledicência de uns para com os outros. Nenhuma capacidade de mobilizar para o debate maduro, consciente e livre. No fim ganha aquele que conseguiu maior contato, que lembrou mais os atos livres das espúrias, por eles mesmos purificados; sempre o esforço colossal de manter todas as mentes quietas, as línguas moles e relaxadas para um sim submisso e desinteressado, só o movimento de seguir fulano ou cicrano porque já é há tanto tempo o presidente do conselho do bairro. Mudar pra quê? E os outros? Quem são? Ah! terá que entender seus propósitos? saber quem são? o que irão fazer? Dá trabalho pensar, ouvir, se envolver. Melhor seguir tocando a vida, levar filhos e netos à creche e rumar para o trabalho, ou calçadas para jogos de dominó ou fogão, preparar o almoço, dormir depois e aguardar o outro dia chegar. O s outros nem de longe, se apresentam também, em real possibilidade de novas construções de um ideal, onde a maturidade politica da comunidade pudesse deslanchar. Vemos as mesmas baixezas, os mesmos engodos e as mesmas manobras que fazem do exercício da  política algo tão execrável, por vezes. Há muitos péssimos exemplos a seguir. Do maior ao menor cortejo de párias que se colocam como "resolventes" seres aos nossos mais complexos problemas de vida em comunidade/sociedade. Esse estado de desvinculamento que prolifera nas gerações que, estranhamente, têm mais acesso a ver, ler e assistir a vida política do bairro, da cidade e do país, que vai mais pra escola, que usa mais internet, e que lhe facilitaria enxergar tudo sob outros prismas, não consegue fazê-las (as gerações)   se desvencilhar da perspectiva caótica que se instalou quando a discussão emerge para a política. E a falta dessa implicação com responsabilidade e senso de justiça para ouvir e interpretar os atos e os gestos de quem se dispõe a ser o POLÍTICO da vez, faz mergulhar ainda mais no abismo da ignomínia, onde o desejo que precisava ser desejado por todos fica retido e solitário nos corações e mentes de alguns, apenas. Tudo leva a reforçar a crença de que política é só para os políticos e quem bem tiver juízo, nisso não se mete. Que estranheza essa, do homem, de se negar, a si próprio, o direito e a diferença concedido como um dom, que o distingue dos demais seres com os quais compartilha o espaço, neste planeta!

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