terça-feira, 18 de novembro de 2008

O PESA NAS ESCOLAS DO BAIRRO





O PESA tem na intersetorialidade e parcerias seu principal sustento enquanto programa. Ele não pretende nada sozinho. Tanto é o fato, que já temos um conjunto de Instituições parceiras que já atuam articuladamente na execução das ações desenvolvidas no Programa. Para o ano de 2009, o PESA pretende manter uma articulação com as escolas do bairro. Para isso iniciamos o trabalho nas escolas de apresentação do Programa para os professores com os estagiários da Disciplina de enfermagem em saúde coletiva/UFRN, SEA/SEMURB e estagiários de Psicologia/UFRN. Esta semana estamos nas creches do bairro com a turma da Enfermagem. Enquanto sentamos com aos professores, as alunas fazem teatro com as crianças sobre educação ambiental. Já foram feitas as creches saturnina Alves e Centro Infantil de Cidade Nova.

OFICINA DE FOTOGRAFIA




O PESA realiza oficina de fotografia com jovens da comunidade do DETRAN. As máquinas são produzidas com latas de leite - máquinas artesanais. A ONG ZOON e a UNP são parceiros essenciais nesse projeto, que já conta com a atuação dos estagiários do Departamento de Psicologia da UFRN, parceria importante para a aquisição do material da oficina com a elaboração e aprovação do projeto pela Pro-Reitoria de Extensão. Contamos também com a participação de três estagiários de Ciências sociais. Esse projeto faz parte da fase preparatória da oficina de educação ambiental na favela do DETRAN. Para nossa alegria, vamos iniciar as oficinas na favela ao mesmo tempo em que começam as obras para sua urbanização. Será feita por etapas, 30 barracos serão demolidos por vez para dar espaço à construção de novas moradias.
A oficina iniciou dia 17/11/2008.

domingo, 26 de outubro de 2008

NOTÍCIAS DO PESA








1- Oficina de fotografia com adolescentes da favela do DETRAN - momento de inscrições. Organização: estagiários de psicologia e ciências sociais da UFRN e ESF Área 11 do PSF Cidade Nova. Apoio: Unp
2- Oficinas de educação ambiental com professores das escolas (Marise Paiva, Luiz Maranhão, União do Povo) já foram realizadas pela SEMURB/SEA
3- Oficina de artesanato - cestaria, com moradores do bairro começa dia 28/10 na USF Cidade Nova, pelo PROGESA/ARSBAN
4- Comemoração dos 20 anos do SUS no dia 29/10 na Igreja Missão Evangélica - exibição do filme: Políticas de Saúde no Brasil - Um século de história- PESA e PROGESA
5-Encontro com coordenadores das escolas para elaboração do plano de trabalho do PESA com as escolas para 2009. Data a confirmar: 07/11/2008

Num espaço de saber e tecnologias... o exercício da CALÇADA AMIGA como ferramenta de mobilização comunitária


Foi nesta quarta, 22 de outubro, em meio ao burburinho de pessoas que passavam em frente aos stands e gritos de crianças que se divertiam na brinquedoteca intinerante, montado em frente ao stand para apresentação do PESA (Programa de Educação Sanitária e Ambiental da USF Cidade Nova), que desafiamos a possibilidade, sem saber se podia dar certo, de realizarmos uma Calçada Amiga no espaço da CIENTEC (feira de ciências e tecnologia da UFRN). Dessa vez, sentados na roda, apertados pelo espaço mínimo do stand, sob a influência do vai e vem dos visitantes da feira, estava um outro público: alunos e professores da UFRN, agora falantes e eloquentes, estrutura cognitiva privilegiada pelo acesso ao conhecimento formal, totalmente diferente do público que estamos acostumados a trabalhar lá na comunidade, quando sentamos em roda nas calçadas. Para nossa surpresa, a roda fluiu e comprovou todas as potencialidades que ela realmente possui. Descobrimos, através das falas dos alunos, que no espaço da UFRN há muitas questões a serem trabalhadas quando se trata do tema ambiente. Foram colocados problemas como: insuficiência de lixeiras, desmatamento, tratamento de canteiros e áreas verdes, e acima de tudo, como num local privilegiado de informações e saberes não há uma discussão/atuação mais presente com os alunos sobre a educação ambiental. Alguns afirmaram só discutir a questão em uma dada disciplina durante o curso, sem muita intervenção e olhar para dentro do seu próprio locus de trabalho e estudo. Apontaram a necessidade de trabalhar mudanças de atitudes e virtudes ecológicas entre a comunidade do Campus, maior articulação entre os setores e departamentos para ações de educação ambiental e criação de espaços de discussões permanentes sobre o tema. Tomara que com o exercício eles, lá, possam experimentar que, de fato, há efetividade quando as ações são trabalhadas de maneira intersetorial, unindo parceiros de diversas áreas e com objetivos comuns. Para nós, que desenvolvemos o PESA, foi mais um momento importante para novas experiências e divulgação do Programa.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O "PAU E LATA" NA FAVELA DO DETRAN JÁ COMEÇOU


Foi ontem, 10 de setembro, a primeira aula de percussão do grupo Pau e Lata da Favela do DETRAN. No canteiro em frente à favela as crianças iniciaram, com entusiasmo, as aulas de percussão da professora Lílian. Era tanta a disposição para batucar, que foi até difícil, no início fazê-los escutar. Que remédio! Há que deixar "escoar" no batuque a energia da primeira hora. Cada um batucava no seu próprio ritmo, nenhum som produzido tinha sintonia com outro. Até que chegou a pausa para as apresentações e orientações. Os instrumentos para essa aula ainda foram cedidos pelos alunos da Escola Dajalma maranhão que vieram juntos e mantiveram-se ao lado de cada uma das crianças da favela, ajudando-as no manejo com os intrumentos. Ah! impagável ver o brilho nos olhos de meninos e meninas ali, no meio da rua, já com platéia, pessoas paravam para olhar, as mães orgulhosas vendo os filhos tocar... Não é que no final todos já estavam tocando um ritmo sincronizado, que nem parecia a primeira vez?
Nosso proximo encontro será para a confecção dos instrumentos, que com muito esforço conseguimos adquirir. Para isso, tivemos apoios importantes de Dra. Socorro (dentista da USF), da Empresa Guararapes, do Distrito Sanitário Oeste e dos meninos Tadeu e Diogo (estagiários da UFRN em PSICOLOGIA AMBIENTAL) além das equipes de saúde da USF.

O PESA NA REDETV

Assistam neste dia 20 de setembro às 14 horas, na RedeTV, um programa da ONG Leila Diniz dedicado ao PESA - Programa de Educação Sanitária e Ambiental da USF CIDADE NOVA. Eles trabalham buscando mostrar nas comunidades, iniciativas que buscam a qualidade vida das pessoas nos locais onde vivem. Verão depoimentos de moradores sobre o tabalho que o PESA vem desenvolvendo no bairro, os desafios que ainda se enfrenta com os problemas ambientais e a calçada amiga sendo realizada na área amarela. NÃO PERCAM!!!! Ah! no domingo, dia 21 reprisa à meia-noite.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

CALÇADA AMIGA NA ÁREA VERDE, OUTRA VEZ O LIXO








Na calçada amiga da área verde o problema que os moradores mais se queixaram foi do lixo depositado junto a duna da rua sul, segundo eles, algumas pessoas vêm com os sacos de lixo ou "coisas" que não querem mais e jogam ao pé da duna. Dependendo da quantidade de lixo, colocam inclusive animais mortos no local, o que causa a poluição do ar com o mal cheiro. A rua sul não é calçada. O mato, as valas dos esgotos e até fossas abertas fazem parte do cenário desta rua. Alguns moradores, para evitar o acúmulo de lixo, fizeram cercas de madeira junto à duna e plantaram mandioca, coqueiro, limoeiro e outras espécies. Essa atitude tem reduzido muito o espaço para a formação dos pequenos lixões. Mesmo assim, os lugares onde não há o cuidado de ocupação do espaço com plantas está ficando cada vez mais repleto de lixo. Vale ressaltar que mesmo não sendo calçada, esta rua tem coleta regular de lixo por tratores e carroças três vezes na semana. Combinamos uma ação realizada no dia 19 de junho pela manhã, onde, com o apoio da URBANA, fizemos a retirada do lixo e plantamos mudas de espécies nativas no local. Participaram da atividade, os agentes comunitários de saúde, moradores da rua, a coordenadora do PESA, uma auxiliar de enfermagem da equipe verde e um estagiário de psicologia da UFRN, além dos trabalhadores da URBANA.

terça-feira, 17 de junho de 2008

POR QUE TRABALHAR ARTE NA FAVELA?

O PESA –Programa de Educação Sanitária e Ambiental, é desenvolvido no bairro de Cidade Nova pela Unidade de Saúde da Família em parceria com o Setor de Educação Ambiental da SEMURB e os Departamentos de Enfermagem e Psicologia da UFRN. O propósito é estimular o desenvolvimento local a partir da idéia de que é na comunidade onde estão os mais imbricados processos relacionais. Nesse espaço, às vezes bem pequeno, as atitudes individuais vão se misturando ao coletivo, de maneira que aquilo que o sujeito faz, interfere quase que de imediato, na vida do outro. É assim com o lixo, os entulhos, as podas de árvores depositados pelas esquinas do bairro, os animais que são criados nos quintais - e se não há quintais, ficam soltos nas ruas, os bares que não respeitam o direito dos outros de dormir porque mantêm um som muito alto, as serrarias que não têm licença ambiental para funcionar e vão se erguendo de qualquer jeito, despejando o pó de serra pela vizinhança, as oficinas e serralherias mantidas, muitas vezes, na própria moradia, onde já é difícil abrigar a todos, levando o sujeito a fazer da rua e calçada a extensão do empreendimento, sem falar das favelas onde crianças, jovens, adultos e idosos se espremem no espaço de barracos úmidos pela lama espessa que corre nas valas. Tudo serve: papelão, plásticos, restos de material de construção, pedaços de madeira que um outro não quis. O emprego? Esse componente tão estruturante na vida do indivíduo, fica subjugado à falta da qualificação e estudo dos moradores da favela. A falta de amparo das gestões públicas para esse grupo populacional gera um fenômeno de desfiliação: se não há governo, aplica-se o auto-governo. Polícia não entra, CAERN e COSERN não cortam os “gatos”. Tão simples morrer e matar! Drogas muitas vezes se transformam na possibilidade de renda, e álcool, muito álcool para anestesiar a dor social. É nessa realidade que estão mergulhados as crianças e jovens, com um futuro incerto, muito propensos a repetir o presente.
A Educação sanitária e ambiental não pode perder de vista, a responsabilização do sujeito, e isso não desresponsabiliza o governo, pelo contrário, cria mecanismos de participação e empoderamento dessa comunidade, para obter do poder público o reconhecimento do seu direito à cidadania. E como atuar em saúde, na lógica ambiental, exige posturas que vão além da preocupação com a doença, consideramos que há oportunidade de oferecermos às crianças e jovens da favela, outras possibilidades de desenho do futuro.
Para tanto, estamos criando o GRUPO PAU E LATA com 15 adolescentes da favela do DETRAN. É um grupo que trabalha com oficinas de percussão, cujos instrumentos são fabricados pelos próprios jovens e feitos de tambores, latas, cordas, tecidos e pedaços de pau. Contamos com a participação da Profª Lílian, arte-educadora da Escola Municipal Djalma Maranhão em Felipe Camarão, que virá ensaiar com o grupo da favela.
Esperamos poder contar com a ajuda de órgãos governamentais, empresas e/ou comércios para conseguirmos os materiais necessários para a confecção dos instrumentos.

domingo, 8 de junho de 2008

Notícias do PESA


  • dia 10 e 17/06/2008 - 15:00 serão realizadas calçadas amigas na área 5 (verde), do PSF Cidade Nova.
  • Foi aprovado o projeto da oficina de fotografia com adolescentes da favela, através do departamento de psicologia da UFRN junto à pró-reitoria de extensão.
  • Foi aprovado o projeto de extensão da disciplina de enfermagem em saúde coletiva, pelo terceiro ano consecutivo, cujos recursos serão aplicados durante o estágio de educação ambiental dos alunos de enfermagem, nas atividades que serão desenvolvidas com o PESA usf cidade nova.
  • Após reunião com o chefe do setor de educação ambiental da SEMURB, estabelecemos o início das oficinas de educação ambiental com professores das escolas do bairro para agosto de 2008.

O grupo pau e lata na favela do DETRAN






No dia 06 de junho de 2008, o grupo Pau e Lata da escola Djalma Maranhão, sob a batuta da Profa. Lílian, aprensentou-se no canteiro em frente à favela do DETRAN, sob os olhares curiosos e indagantes das crinças e adultos que queriam ver, entender e atá tocar aqueles instrumentos estranhos: tambores de plásticos, latas e cordas que numa sincronia interessante dos "açoites" com pedaços de cabo de vassoura dos meninos e meninas, produziam um som diferente, mas muito instigante. Após a presentação do grupo, os presentes puderam tocar também, e nesse momento foi realmente prazeiroso ver a manifestação de interesse das crianças da favela em formar um grupo lá. Muitos já queriam fazer a inscrição naquele momento. Acreditando na possibilidade, de que toda comunidade tem seus tesouros escondidos, estamos com o projeto de criar o grupo pau e lata da favela e já contamos com a colaboração da profa. Lílian que virá duas vezes no mês para os ensaios com o grupo. Resta-nos conseguir o patrocínio para a aquisição dos instrumentos. Para este evento, pudemos contar com o apoio do distrito sanitário oeste, que providenciou o carro para o transporte do grupo e ajuda de custo para o lanche que oferecemos no final, para todos os que estavam presentes.

Mas ainda há muito o que fazer...


O trabalho é de formiguinha, bem na esquina da Pe. Cícero, outro ponto de lixo se forma, desafiando o fôlego e a energia de quem continua acreditando que é possível sensibilizar as pessoas para o desenvolvimento comunitário. O bairro como um todo, precisa colocar uma pauta ambiental a ser discutida e defendida por todos os seus equipamentos sociais. O PESA, para este ano terá um cronograma de trabalho voltado para as escolas do bairro, ofertando capacitação em saúde ambiental para os professores, esperando deles, a multiplicação dos conhecimentos e envolvimento com a questão ambiental no bairro.

Trabalhar educação ambiental em comunidades vale muito a pena




no dia da calçada amiga


no dia da caminhada

Depois da calçada amiga realizada na rua Ivo Furtado, fizemos lá, dia cinco de junho, a caminhada para sensibilização das pessoas, em não colocar o lixo na rua antes do carro de coleta e assim eliminar os pontos de lixo que já estavam se formando nas esquinas da rua. Qual não foi nossa surpresa! os próprios moradores, após a calçada amiga, se juntaram e fizeram a limpeza e retirada do lixo da rua. Durante a caminhada, passamos de porta em porta, junto com outros moradores, solicitando a colaboração de todos na preservação do ambiente limpo. O mais importante, as pessoas que moram na rua e que participaram das atividades, estão dispostas a fiscalizar e tentar impedir a manutenção dos pequenos lixões na rua.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Programação do PESA para a Semana do Meio Ambiente





03/06/2008- 14:00 -reunião na USF Cidade Nova com a Profa. Llian do grupo de percussão PAU E LATA da Escola Municipal Djalma Maranhão, para organizar o evento na Comunidade do DETRAN.

04/062008 - 13:00 - Gincana Cultural- tema: meio ambiente, entre as Escolas Luis Maranhão e União do Povo de Cidade Nova.

05/06/2008 - 15:00 - Caminhada na Rua Ivo Furtado- tema: Lixo com a participação de moradores da rua e da Escola de Educação Infantil Fonte do ABC.

06/06/2008 - 11:30 - caminhada e apresentação do grupo PAU E LATA na comunidade do DETRAN e formação de um grupo de percussão com jovens da favela.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A CALÇADA AMIGA -FERRAMENTA IMPORTANTE NO PESA TAMBÉM FOI EXPOSTA NUM TRABALHO NA CONFERÊNCIA DA TERRA EM JOÃO PESSOA/PB

Conferência da Terra | Maio de 2008 | João Pessoa/PB

“CALÇADAS AMIGAS”: UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Tadeu Mattos FARIAS, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tadeumattos@gmail.com

Rachel Medeiros de GÓES, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, racheldegoes@hotmail.com

Keyla Mafalda de Oliveira AMORIM, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, keylamafalda@yahoo.com.br

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo expor uma estratégia de intervenção comunitária que objetiva a participação popular na resolução de problemas ambientais. O uso dessa técnica atravessa uma perspectiva de mobilização e participação efetiva da comunidade frente a problemáticas ambientais oposta aos moldes tradicionais de educação ambiental. O modelo de educação ambiental proposto neste trabalho aponta contribuições para se atingir mudanças de atitude e ações da população nesse âmbito. Elementos como o desenvolvimento comunitário e o sentimento de pertencimento do morador em sua comunidade, o papel da comunicação, valores e identidade de lugar, o uso do contexto sócio-histórico e a escolha de espaços e disposições do trabalho foram usados na escolha estratégica de intervenção, de modo que facilitassem e encorajassem ao máximo a implicação e participação popular. Para este trabalho foram usadas: a concepção de educação popular, que ajuda a promover a construção e ampliação da participação popular nas políticas públicas, especialmente em seu gerenciamento; o processo de educação ambiental como gerador de reflexões para a apropriação crítica dos conhecimentos sobre relações humanas no e com o ambiente; e conceitos da Psicologia Ambiental, a qual considera que os ambientes influenciam as relações humanas em um sentido amplo, e não apenas o comportamento individual. O exemplo de intervenção foi intitulado de “calçadas amigas” e exercitado no Bairro de Cidade Nova, Natal-RN, Brasil.

Palavras-chave: mobilização popular, educação ambiental, estratégia de intervenção, comunidades.

Introdução

Inicialmente as “calçadas amigas” foram criadas por profissionais de uma equipe de saúde da família do bairro de Cidade Nova, no município de Natal-RN, Brasil, com o intuito de levantar demandas de saúde existentes. Posteriormente, foram adaptadas ao Programa de Educação Sanitária e Ambiental (PESA), o qual tem por objetivo promover educação ambiental relacionando-a com o contexto da saúde na proposta de prevenção e promoção da saúde preconizada nas diretrizes do SUS (Lei Orgânica da Saúde nº. 8080/92). Então usadas como forma de mobilização popular para enfrentamento dos problemas ambientais da comunidade.

A idéia substancial do PESA é que os indivíduos da comunidade possam inclinar sua atenção para questões ambientais do bairro, mormente aquelas que, de imediato, afetam a saúde da população local e, dessa forma, possam se tornar protagonistas na resolução de tais problemas com o suporte dos profissionais da Unidade de Saúde da Família do bairro (USF - Cidade Nova) . Esses profissionais, nessa forma de intervenção, atuam como agentes intermediários nos trabalhos, elaborando projetos de atuação no bairro, bem como agenciando a execução das propostas.

Sendo o bairro em foco, envolvido por questões ambientais problemáticas freqüentemente ressaltadas pelos moradores, a proposta chamada de “calçadas amigas” se tornou um caminho do PESA, o qual se fundamenta em uma visão de educação popular e de participação que é discutida por Paulo Freire e outros autores contemporâneos, para a execução de sua proposta em educação sanitária e ambiental.

Dessa forma, há de se atentar para como essa prática traz à tona o que existe de mais alarmante para os indivíduos envolvidos no contexto indicado, além da criação do espaço para a prática livre do discurso de quem de fato está sendo afetado por tal contexto e, por fim, coloca os moradores como indivíduos protagonistas na elucidação e resolução dos problemas, lhes edificando o sentimento de responsabilidade e envolvimento com o meio ambiente.

O PESA " GANHANDO O MUNDO"

O PESA foi apresentado na Conferência da Terra em João Pessoa/PB pelos Estagiários de Psicologia agora em maio.

Vejam o resumo:

Conferência da Terra | Maio de 2008 | João Pessoa/PB

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL DE CIDADE NOVA, NATAL-RN, BRASIL

Keyla AMORIM, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, keylamafalda@yahoo.com.br

Tadeu FARIAS, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tadeumattos@gmail.com

Jaldísia CAVALCANTI, Secretaria Municipal de Saúde de Natal, jaldisiapc@gmail.com

Resumo

O presente trabalho expõe o Programa de Educação Sanitária e Ambiental (PESA) do bairro de Cidade Nova, Natal-Rio Grande do Norte, Brasil, que é executado pela Unidade de Saúde da Família de Cidade Nova (USF) em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB) e o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O PESA tem como objetivo a intervenção comunitária no meio ambiente e sua relação direta com a prevenção e a promoção à saúde, a partir do trabalho de educação permanente na comunidade, possibilitando a sensibilização e mobilização comunitária para preservação do meio ambiente. Seu surgimento é decorrente das características sócio-ambientais, econômicas e sanitárias do bairro e da necessidade da USF Cidade Nova em ampliar seu processo de produção de saúde, olhando o indivíduo e a família para além da doença e mergulhados num contexto sócio-ambiental onde estão submersas as causas do seu adoecimento. O programa baseia-se nos princípios fundamentados na ação dialógica e participativa. A partir da concepção de educação popular de Paulo Freire busca-se fazer uma educação ambiental comprometida em transformar saberes existentes, desenvolvendo a autonomia e a responsabilidade dos indivíduos no cuidado com a saúde, com o desenvolvimento da compreensão da situação do meio em que vive. Pretende-se que os moradores incorporem, dessa forma, a finalidade de formação da consciência humana, servindo de catalisador na elucidação e busca por soluções nas questões ambientais relacionadas ao bairro. Serão aqui descritas as atividades realizadas, que se dividem em propostas de educação permanente e atividades pontuais, como eventos esporádicos ou ações que atendem a demanda diversa da comunidade. Mediante a estreita relação entre ambiente e saúde, o PESA vêm contribuindo com o despertar da co-responsabilidade da população com seu processo saúde-doença, condições ambientais e melhoria na qualidade de vida.

Palavras-chave: Educação ambiental, educação em saúde, comunidade

quarta-feira, 28 de maio de 2008

SITUAÇÃO DA USF CIDADE NOVA

























O mato vai tomar contar do terreno em torno da USF Cidade Nova e a Secretaria diz não poder solucionar o problema, pois não tem como mandar limpar. O PESA denuncia a situação de abandono da Unidade. vejam as fotos.

CALÇADA AMIGA NA RUA IVO FURTADO ÁREA -10














Hoje (28 de maio de 2008) na calçada amiga da rua Ivo Furtado - Cidade Nova, os moradores presentes reclamaram da falta de água, há quatro dias, além de atitudes dos moradores em colocar lixo no terreno por trás do muro da Unidade de Saúde. todas as podas, entulhos e até sacos de lixo, as pessoas depositam lá. Programamos uma caminhada na rua dia 05 de junho às 15:00 com a participação dos presentes na reunião (17 moradores e 10 profissionais de saúde, entre estes os estagiários da UFRN).

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O PESA PROMOVE CAMINHADA NO DIA DA ÁRVORE PELAS RUAS DO BAIRRO DE CIDADE NOVA




















participaram da caminhada os profissionais da USF Cidade Nova, Alunos da escolas Fonte do ABC e União do Povo, além do grupo de Hipertensos e Diabéticos da USF. Evento realizado em 21 de setembro de 2007.

A METODOLOGIA DE TRABALHO DO PESA


CALÇADA AMIGA
É o nome que damos à "roda de conversa" que realizamos por microáreas do PSF. Ferramenta de importantes resultados na mobilização para a ação comunitária. Nela, os problemas do bairro ou da rua são discutidos e refletidos pelos próprios moradores, tornando-os sujeitos e atores de todas as ações por eles mesmos propostas. Cada calçada amiga que realizamos, monitoramos através de avaliações, seus desmembramentos e seus resultados. A comunidade passa de expectadora das situações e problemas, para um papel que lhe é genuíno, o de conhecedor da realidade que o cerca,e é por isso mesmo, que estimulamos nela, a luta pela sua organização, valorizando seu poder de intervenção, quando amparada pela maturidade política e pondo a serviço, o capital humano e social que ela possui.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

OS SOBREVIVENTES DO LIXO
Por muitos anos, o bairro de Cidade Nova conviveu com a presença do lixo. Todos os resíduos sólidos da cidade do Natal eram depositados neste bairro, num local por todos conhecido, se não pessoalmente, mas ao menos, pelo nome famoso LIXÃO DE CIDADE NOVA. Mergulhadas nessa realidade, muitas famílias tiravam do lixo o seu sustento. Daí se extraíam (catavam) materiais que no restante do bairro alimentavam verdadeiras casas comerciais (“compra-se alumínio, cobre, metal, bateria, litro, e etc”). Algumas famílias se valiam do trabalho intermediário de receber o material (garrafas, latas, vidros) para lavar e repassar ao dono que ia vendê-las nas sucatas. Com isso, visitávamos quintais repletos de lixo para reciclagem, as famílias conviviam acomodadas com a presença do lixo. Hoje, com a retirada do lixão de Cidade Nova, percebemos o quanto o bairro se modificou, está mais limpo, apesar de ter ficado um pouco no inconsciente coletivo, a cultura do lixo. O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL – PESA desenvolvido pela USF Cidade Nova em parceira com a SEMURB e UFRN, tem como finalidade, desconstruir a cultura do lixo, para reconstruir a consciência da preservação e da eliminação do dano ao meio ambiente no bairro. Hoje o bairro tem uma coleta de lixo semanal regular, 98% das famílias tem o seu lixo recolhido pela URBANA. Mesmo assim, ainda encontramos áreas degradadas pelo lixo que é depositado pelos moradores, seja a céu aberto ou em caixas coletoras que transbordam de lixo e vão, em seu entorno, produzindo pequenos lixões. O desafio é motivar os moradores do bairro para, através de ações coletivas, preservar o meio ambiente e manter o bairro limpo.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

APRESENTAÇÃO DO PESA

A compreensão da necessidade de trabalhar as questões ambientais no bairro de cidade nova surgiu em 2000 a partir do trabalho conjunto da USF Cidade Nova com a disciplina SACI/UFRN que tomou como objeto de estágio o problema do lixo no bairro; desse momento até hoje várias ações foram executadas com diversas parcerias e importantes resultados, que embora tenham ainda pouca visibilidade, é possível perceber que os problemas ambientais já estão mais presentes nas discussões da comunidade.
Apesar dos avanços desse trabalho, o bairro tem desafios importantes a superar na área de saúde ambiental, dadas as suas características sócio-ambientais, econômicas e sanitárias. O enfrentamento desses problemas, passa também pelo modo como o serviço de saúde do bairro atua na construção das práticas de atenção, na sua maneira de atuar no cotidiano (fragmentação no processo de atenção e na relação inter e intra-equipes, acolhimento inadequado, fragilidade do vínculo entre equipes e usuários além da forte utilização da clínica degradada que não promove a autonomização dos sujeitos e não permite aos profissionais uma visão sanitária do problema).

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*Considerando a necessidade da USF Cidade Nova ampliar seu processo de produção de saúde, olhando o indivíduo e a família para além da doença e mergulhados num contexto sócio-ambiental onde estão submersas as causas do seu adoecimento, e reconhecendo que esse desafio não é só da USF, buscou-se parceiros que hoje estão conosco no projeto e que foram e estão sendo fundamentais para a elaboração, planejamento e a operacionalização do mesmo. Podemos citar o departamento de enfermagem da UFRN através da disciplina de saúde coletiva e o núcleo de educação ambiental da SEMURB, além da URBANA com a qual temos estabelecido vínculos importantes para este trabalho.
Além daqueles que, em momentos anteriores contribuíram com as diversas ações de saúde ambiental (oficinas, arborização no bairro e na USF, caminhadas, pesquisas, discussões, etc.) – equipes de saúde da família, escolas, igreja, conselho e centro comunitário, grupos de educação em saúde da USF (idosos, adolescentes), alunos do projeto de extensão- Enfim, há que se reconhecer e agradecer nesses anos de trabalho pela saúde ambiental, a participação de todos e tentar resgatar aqueles que se distanciaram um pouco ou que ainda não se engajaram no projeto. O maior desafio? Tornar ,efetivamente, da USF, esse projeto.

POR QUE A QUESTÃO AMBIENTAL É DE INTERESSE DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE CIDADE NOVA?

*O bairro de cidade Nova faz parte da 1ª ZPA (Zona de Proteção Ambiental), considerada como importante área de recarga do aquífero subterrâneo, estabelecida pela lei municipal nº 4.694/95 de 31 de outubro de 1995.
*Não possui esgotamento sanitário (fossas contaminam o lençol freático, aumentando os casos de doenças infecciosas e parasitárias)
*Investir tempo de trabalho em atividades de promoção à saúde para:
Diminuir a carga de trabalho individual e curativo das equipes
Melhorar a auto-estima do trabalhador -> trabalho com implicação
Reconhecimento da importância do nosso trabalho -> ganhos e resultados a partir de lutas coletivas
Melhoria das relações pessoais -> permite ampliar espaços de troca, diálogo, escuta.
Diminui conflitos entre trabalhadores e usuários -> melhor vínculo -> mais autonomia do sujeito-> melhor satisfação no trabalho.
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COMO ATUA O PESA


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*Reuniões por microárea para explicar a proposta do trabalho
*Cursos para multiplicadores em educação ambiental (ACS, professores, lideranças do bairro)
*Oficinas de educação ambiental na comunidade, por microárea.
*Identificação e mobilização de pessoas-chave na comunidade para criação do fórum de saúde ambiental
*Articulação com as escolas do bairro para capacitação de todos os professores em educação ambiental
*Diagnóstico e mapeamento das áreas de risco ambiental do bairro
*Análise técnica das áreas degradadas e identificação de possíveis espaços de arborização
*Articulação com setores afins ao programa (SEMOV, SUMOV, CAERN, ONG’S, URBANA)
*Articulação com setores afins ao programa (SEMOV, SUMOV, CAERN, ONG’S, URBANA)
*Divulgação para a comunidade de mecanismos de escuta para os problemas ambientais (vigilância sanitária do DSO, ouvidorias municipal, estadual e federal, promotoria de meio ambiente, conselho comunitário etc.)

*Elaboração de informativo (cartilha, folder) sobre o programa

*Participar de eventos junto as escolas e comunidade, desenvolvendo ações e divulgando o programa. (Dia Mundial das Aguas, Dia da Ávore, Dia do Meio Ambiente, Dia da Ecologia, etc.)
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