domingo, 18 de agosto de 2013

Saneamento Básico: O retrato de Cidade Nova é diferente de Natal?



Nenhum domicílio do bairro possui esgotamento sanitário. As fossas espalhadas por todos os quintais dos bairros, sejam periféricos ou os de áreas privilegiadas e não só em Cidade Nova, já se tornaram uma ameaça à potabilidade da água em Natal. A água servida é destinada para valas instaladas na frente das casas, tornando-se criadouros de mosquitos que rompem a integridade da pele das crianças e adultos causando dermatoses que recidivam o tempo todo. Verminose do tipo áscaris passa a ser a mais comum das mazelas entre as crianças menores de cinco anos, perturbando-lhe o ganho ponderal e alterando-lhe a curva do crescimento. É nesse cenário e sob essas condições que nascem e crescem as crianças de Cidade Nova. O desafio de atuar e desenvolver práticas de saúde que alterem essa realidade, não pode prescindir do estímulo ao exercício da cidadania, nem da busca de direitos às políticas públicas que proporcionem condições adequadas e favoráveis à vida das pessoas e à proteção das crianças. O PESA quando coloca em sua pauta de ações a emancipação política e ética da comunidade, o faz tão somente, frente a necessidade de produzir nos sujeitos, desejos e anseios de construção de um modo melhor de se viver, e fortalecer na comunidade o surgimento de um sujeito político que não se deixe submeter a essa forma dominante, domesticante e alienante de se fazer política  perpetuada em nossa realidade. Que assumam o papel de construir-se novos seres políticos cuja perspectiva,  passa a ser o nascimento de seres humanos onde o significado localiza-se no conjunto de relações sociais, de maneira que não se reproduza a cultura que oprime e disciplina os corpos, idéias e desejos, mas que promova em suas vidas a emancipação coletiva e individual; a antecipação de suas práticas onde reine a liberdade sem domínio neste mundo. Discutir também que as atitudes conscientes significam importante compromisso frente à natureza, para que não reproduzam, e até impeçam, a lógica depredadora e desintegradora que se reconhece no conceito de “exploração”; que cultive o desafio à manutenção da criatividade, inventando uma maneira de viver no mundo que permita estabelecer relações de intercambio com o ambiente no qual nascemos e crescemos, evitando os riscos já evidentes de sua destruição, ou de torná-lo inabitável para a espécie humana; começando pelo locus, o pedaço menor, a fatia cuja maior apropriação se tem, que é o espaço domiciliar e urbano do bairro, para seguir defendendo, com atos e escolhas, o que for melhor para a cidade, o país, o planeta. As oficinas de Educação Ambiental para a comunidade dispararam uma série de intervenções e demandas para órgãos públicos que com efeito, tiveram que atender ao chamamento e as exigências do desejo coletivo de mudanças e soluções. O planejamento de manter o trabalho de EA nas escolas com crianças e jovens, foi crucial para imprimir na pauta das famílias e instituições, a necessidade de pensar o ambiente de maneira responsável, onde todos compreendessem que os processos cotidianos de criação de autonomia, de constituição de sujeitos individuais e coletivos, protagonistas de sua própria história podem e devem ser, exercido por todos. No momento, os alunos que passaram pelo processo de capacitação em EA irão elaborar uma cartilha com suas impressões e aprendizado, sobre os problemas ambientais do bairro. O projeto foi financiado pela PROEXT/UFRN/MINISTÉRIO DAS CIDADES e  coordenado pelo  DSC/UFRN  e PESA-USF CIDADE NOVA. Parcerias  que dão todo o sentido a ele - o PESA- ser o programa que é.

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