terça-feira, 2 de julho de 2013

Porque sonhar é preciso mais do que querer?

Somos construção primeiro da ideia do que queremos. Não há sentido no caminho sem a busca e sem o sonho, e nos movemos na tentativa de alcançar o alvo, a meta. Nem que sejam aquelas coisas que nem um milagre pode dar. Sim! até elas é-nos dado o direito de sonhar, por que não! A nossa finitude neste planeta é comovente, não pela displicência que tanto nos acomete, por vezes, de esquecermos desse detalhe, mas essencialmente, pela pressa que nos persegue a todo tempo. Ritmo louco, frenético. Tempo  de edificar alicerces que sustentam o amanhã de nossos desejos e perspectivas. Os sonhos nos alimentam de maneira terna e quente, dão a sensação de que é possível até o impossível, delicioso engano do querer que permanece ali, espreitando oportunidades.  E por que não! " Nós não desejamos as coisas porque elas nos dão prazer, mas elas nos dão prazer porque as desejamos". Seguindo esse pensamento de Spinoza podemos lançar  olhos e linhas até as estrelas, visitar superfícies, quimeras, atingir, ao menos em sonho, o lugar que não existe nem em pensamento e fazer-se por isso agradável  surpresa. A vida cotidiana com todas as suas vicissitudes nos sucumbe. Somos  resgatados pelos sonhos e por querer aquilo que está acima de qualquer lógica, aquilo que nos transcende, aquilo que só uma minoria compreende, aquilo que em nós é o nó e o laço ao mesmo tempo, porque nos aprisiona e nos embeleza, depende muito de como cultivamos nossos sonhos e de quem com eles dividimos. E como há verdade nas palavras de Quintana: "sonhar é acordar-se para dentro". E se assim for, há sonho mais lindo e poético do que a vida em si? Compreendê-la de tal maneira e com toda lucidez de que o princípio não está no ventre nem o fim na sepultura, que esses marcos são reveses e que, o que importa mesmo, tem sabor e significado de plenitude. O PESA é um programa que engendra sonhos possíveis e impossíveis também, por tudo que contém os seus propósitos e promessas, por aquilo que pretende edificar e, por vezes, encontrar tão menos reciprocidade do que merecia.

Sem comentários: