domingo, 28 de julho de 2013

De quem e para quem é o Parque da Cidade D. Nivaldo Monte?



Durante a  caminhada no Parque da Cidade com usuários do serviço e equipe multiprofissional, pudemos perceber a generosidade da natureza e sua exuberância, cobrindo com um manto verde de vegetação as dunas, e servindo de abrigo para algumas aves e outros pequenos animais. Se de um lado, pudemos ver a natureza cumprindo o seu papel, alimentada pelas chuvas que caíram nesse período, por outro, vimos a depredação das estruturas físicas que compõem o parque: coretos pichados, elementos de iluminação destruídos, restante da obra inacabada, ausência da guarda ambiental (pelo menos durante o trecho que caminhamos, e não foi curto, não vimos sequer vestígios da presença dela, apesar de ter um número considerável de pessoas utilizando o parque para atividade física). Pensar que todas as dunas que circundam a região são protegidas por Lei Municipal como importantes para recarga aquífera da cidade e componente da
1ª ZPA (Zona de Proteção Ambiental) de Natal e que a iniciativa de construção do parque se constitui em medida para além de qualquer fim eleitoreiro ou narcísico do gestor, resta-nos defender e lutar para que cesse o descaso; Que a gestão municipal cumpra o seu papel de cuidar da cidade pensando no cidadão e no legítimo direito à cidadania ativa, com recursos onde se possa viver e manter sua qualidade de vida. Imaginar que todos os cidadãos de Cidade Nova que buscam acesso ao Parque têm que escalar uma duna ou superar os intermínáveis degraus de uma escada íngreme, representa, no mínimo, descaso e quem sabe até, preconceito com uma fatia de usuários do parque, cujo lado se estende para uma população carente e um bairro de menor importância para o poder público. Não é pra ser assim,  não pode ficar assim e a capacidade de se indignar, guardada dentro de cada um desses cidadãos de cidade Nova precisa ser despertada. O empoderamento da comunidade, seu papel e capital social disponível deve ser posto a serviço para se corrigir injustiças e descortinar certos preconceitos gerenciais. Não é sabido que a fatia do parque que dá para a Av Omar O'grady/Candelária, está toda concluída? Com acesso fácil, confortável? Então Candelária merece e Cidade Nova não? Por Deus! alguém me convença de que não há sabotagem nisso. De qualquer modo, fomos com o grupo HIPERDIA e outros moradores do bairro. É claro que os idosos que costumam frequentar nossas atividades ficaram de fora, como poderiam acessar o parque? seria exigir deles esforço demais e poderia comprometer sua condição física. Vamos discutir estas questões nas próximas reuniões e buscar juntos, soluções que sejam de interesse e envolvimento de todos.
Se perguntarem qual o sentido das equipes de Saúde da Família da USF, estarem envolvidas com essa questão, a resposta é bem simples, mas tem uma significância extraordinária: ESTAMOS FAZENDO SAÚDE, PROMOVENDO SAÚDE, ESTIMULANDO SAÚDE. E melhor, estamos ganhando saúde também, porque nos beneficiamos tanto quanto os usuários, com a caminhada.

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