E até então ele era um silêncio cerimonioso, compenetrado, num fazer calado e sempre. Com sua ferramenta, como todas as que estavam lá, a maioria das coisas produzidas por ele mesmo. Permanecia afastado um pouco dos demais que se mantinham numa tarefa com as mãos mas o riso e a graça servindo de complemento. Mas ele não! Ele não dava conta do que se passava! Ele estava do outro lado. Nesse dia, depois da chuva, veio o sol . Era o terceiro dia do mutirão de limpeza da USF Cidade Nova, e nem por isso havia desânimo. A camisa foi retirada para aliviar o calor e exibiu ainda quanta vitalidade para os seus setenta e tantos anos. Quão surpreendente foi vê-lo pedir água em forma de canção:
"menina dos olhos dágua
me dá água pra beber
não é sede não é nada
é vontade de lhe ver"
Corri depressa pra registrar esse momento tão raro e aqui compartilho com vocês. O PESA mostrando as infinitas e surpreendentes possibilidades do trabalho com a comunidade.
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